segunda-feira, 17 de março de 2014

Chamada para evento


XII SEMINÁRIO INTERNACIONAL ARCHAI
COSMÓPOLIS:
MOBILIDADES CULTURAIS ÀS ORIGENS DO PENSAMENTO ANTIGO
9 -10 de Dezembro de 2014
Coimbra - Portugal


ORGANIZAÇÃO:
CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS E HUMANÍSTICOS/ UC
CÁTEDRA UNESCO ARCHAI/UnB
APOIO:
CAPES – Programa de Cooperação Internacional CAPES/FCT
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 


Os diversos discursos acerca da globalização deixam entrever, em que pese as suas tensões e contradições, um desejo de construir o espaço e o tempo do encontro entre mundos e culturas, mediante a persistência de um diálogo que aproxime as distâncias, mas respeite as diferenças. Há muito esse compromisso move os trabalhos da Cátedra UNESCO Archai, no interesse de compreender o presente e os traços do futuro discerníveis no quotidiano por meio de uma revisitação do passado – das origens plurais do nosso pensamento inscritas em sua configuração histórica.

Em conformidade com essas diretrizes em que se mesclam o rigor acadêmico e uma sutil promessa de estreitamento de laços, sentimo-nos agora impelidos pelo desejo de revisitar as grandes Cosmópoleis antigas e as múltiplas visões-de-mundo que ousaram configurar. Tal será o tema do XII Seminário Internacional Archai, que se realizará em parceria com o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, que acolhe este evento na bela cidade de Coimbra, com o apoio do Programa CAPES/FCT de colaboração internacional. Este seminário luso-brasileiro espera oferecer ocasião fecunda de estudos e intercâmbio para pesquisadores de diversos matizes e orientações. Seu perfil é interdisciplinar, como convém a esse gênero de investigação.

Parte considerável da formação política, cultural, urbanística, linguística do mundo ocidental hauriu motivos e soluções da instituição das cidades antigas. Despontam entre algumas das suas figuras imorredouras os sábios itinerantes da Hélade; os filósofos-médicos da Magna Grécia; os andarilhos pitagóricos; a presença marcante no tecido geopolítico de figuras de “sofistas” como Górgias ou Antístenes; as viagens políticas de Platão e o cosmopolitismo imperial de Aristóteles; o fascínio pelo Outro de historiadores como Heródoto; o Museu de Alexandria e sua tradução da Bíblia Hebraica; as vida paralelas de Plutarco; as encruzilhadas culturais nas províncias de Roma. Todos esses grupos e pessoas sugerem uma mobilidade cultural que molda o mundo antigo e que encontra ecos profundos na construção do Ocidente até os nossos dias.

Semelhante proposta de um seminário luso-brasileiro também se liga ao reconhecimento de que a mobilidade é mesmo um traço característico da cultura luso-brasileira – desde os descobrimentos portugueses e a sua literatura, nos primeiros passos da literatura jesuítica no Brasil, em especial em José de Anchieta, passando por António Vieira, Machado de Assis, Guimarães Rosa, entre outros. Por esse motivo, a presença e os diversos matizes do tema da mobilidade e dacosmópolis antigas na recepção da Antiguidade na literatura de língua portuguesa será igualmente um tema central do seminário.

É assim grande o nosso prazer em convidar a todos os interessados em estudos antigos para uma reflexão e diálogos críticos com as origens plurais da(s) nossa(s) cultura(s), de que pode resultar o próprio aprofundamento crítico do estatuto da Cosmópolis em nossos dias, mediante a mobilidade científico-cultural e pedagógica. O encontro de duas tradições historiográficas e hermenêuticas próximas como aquela portuguesa e brasileira oferece excelente oportunidade para que todos se beneficiem das atividades formativas previstas – mais um passo na consolidação das pesquisas lusófonas no cenário internacional dos estudos clássicos e antiguidade em geral.



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