Publicações





Tratados sobre o tempo. Aristóteles, Plotino e Agostinho.

Fernando Rey Puente/José Baracat Júnior (orgs.), Editora da UFMG, Belo Horizonte, 2014.


Os organizadores do volume procuraram oferecer aos leitores três dos mais importantes tratados do tempo que a Antiguidade nos legou, a saber, o de Aristóteles, o de Plotino e o de Agostinho. A tradução de cada um desses textos, bem como a elaboração de notas explicativas e uma sucinta introdução aos mesmos são novas e pretendem esclarecer alguns pontos mais complexos desses textos, sem, contudo, pretenderem esgotar – nem de longe – a grande dificuldade dos mesmos. O livro se inicia com uma breve introdução denominada “Como ler os tratados sobre o tempo da Antiguidade?” que visa propiciar aos leitores uma leitura não anacrônica dos textos traduzidos ao evidenciar para eles quais teriam sido os problemas reais desses filósofos ao escreveram esses tratados.



Platão. Crátilo, ou sobre a correção dos nomes.
Celso de Oliveira Vieira (trad.), São Paulo: Paulus, 2014.
A tradução do Crátilo, com a qual o leitor se confrontará nesta obra tem como principal característica a ousadia que falta à maioria das traduções modernas do diálogo: aquela de não fugir ao desafio que representa trazer à luz o próprio movimento subjacente à elaboração das etimologias como caminho para se pensar o estatuto das palavras e da linguagem em sua estreita conexão com aquele do conhecimento e do pensamento.
Crátilo, ou sobre a correção dos nomes, lançamento da PAULUS Editora, é uma obra a respeito do tratado sobre a linguagem mais antigo da cultura ocidental. O diálogo apresenta uma discussão de Sócrates com dois interlocutores (Hermógenes e Crátilo) que defendem concepções opostas sobre a correção dos nomes.
“Para Hermógenes, a linguagem não passa de convenção. Qualquer nome funciona desde que haja um acordo sobre seu uso. Já Crátilo parte de uma posição naturalista, na qual cada coisa tem um nome correto que revela a essência do nomeado”, explica Celso de Oliveira Vieira, tradutor da obra bilíngue, grego-português.
A tradução de Celso Vieira é resultado de uma assídua leitura do texto platônico e de uma intensa atenção ao problema da linguagem e do discurso no pensamento antigo. Celso permite que o leitor, em intimidade com o grego antigo, possa experimentar o texto sem recorrer a um número exagerado de notas de rodapé explicativas.
“Espero que o leitor da tradução alterne entre sorrisos admirados e risos sarcásticos diante das explicações etimológicas. Se isso acontecer, eu me sentirei satisfeito com o resultado da aventura de traduzir a complexidade do texto de Platão”, conclui Vieira.
Celso de Oliveira Vieira é mestre em Filosofia antiga pela UFMG, tendo por tema a epistemologia em Heráclito de Éfeso. Doutorando, ainda pela UFMG, pesquisa a função do nome na filosofia de Platão a partir do Crátilo.















Dos homens e suas ideias: estudos sobre as "Vidas" de Diógenes Laércio
Delfim Leao, Gabriele Cornelli e Miriam C. D. Peixoto (orgs.) Col. "Humanitas-Supplementum". Coimbra : Classica Digitalia, 2013.

A presente obra é o resultado de dois seminários de pesquisa que reuniram a Cátedra UNESCO Archai da Universidade de Brasília, o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra e o Grupo Filosofia Antiga da Universidade Federal de Minas Gerais em dezembro de 2011 em Brasília (Brasil) e em março de 2012 na antiga cidade de Eleia (hoje Ascea Marina, Itália), com o objetivo de realizar uma estudo exploratório tendo em vista a preparação de uma nova edição em língua portuguesa da obra "Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres" de Diógenes Laércio. O estudo preparatório resultou nesta coleção de ensaios inéditos e ricos de estímulos e sugestões para a compreensão, imediatamente, da obra de Diógenes Laércio. O volume traz para o debate um panorama de questões sobre a obra e a sua recepção, assim como estudos mais específicos dedicados a uma passagem ou a uma das biografias, desejando desta forma constituir-se num trabalho de referência para os pesquisadores de Diógenes Laércio em língua portuguesa.



















Teorias da Imagem na Antiguidade

Marcelo P. Marques (Ed.). São Paulo: Paulus, 2012

A profusão de material iconográfico legado pela tradição e a análise renovada dos textos antigos exigem recursos teóricos cada vez mais apurados para dar conta de todo um campo de problemas e conceitos relativos à produção de imagens – plásticas, visuais, psíquicas e verbais. Os textos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros reunidos nesta obra abordam a temática a partir de textos que vão da visibilidade na vida política e das relações entre as tradições imagética e narrativa nas artes e na poesia até as teorias filosóficas da Antiguidade tardia, passando pelos pré-socráticos, Platão, Aristóteles e Epicuro. 



 

Refutação: Gregory Vlastos e Monique Dixsaut


Marcelo P. Marques (Ed.). Sao Paulo: Editora Paulus, 2012.

Título inaugural da coleção Contraposições, Refutação contém as traduções de dois artigos sobre a noção socrático-platônica de refutação. Um deles apresenta a posição de Gregory Vlastos, estudioso da filosofia antiga e autor de várias obras sobre Platão e Sócrates, que desenvolve sua definição hipotética da refutação socrática. O outro é a contraposição às teses de Vlastos, escrito por Monique Dixsaut, professora e filósofa francesa cujos trabalhos repousam sobre a filosofia antiga em geral, sobretudo na filosofia grega e nos diálogos de Platão, em particular. 

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O visível e o inteligível. Estudos sobre percepção e o pensamento na filosofia Grega antiga.
Miriam Campolina Diniz Peixoto, Marcelo
Pimenta Marques, Fernando Rey Puente
. Col. "Humanitas". Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2012.



O presente livro reúne textos de três especialistas em Filosofia Antiga que tratam da questão do conhecimento perceptivo e intelectivo na Antiguidade. Procuram apresentar, em suas diferentes análises, a complexa inter-relação entre a percepção e o pensamento em autores antigos, como Heráclito, Parmênides, Demócrito, Platão e Aristóteles. O objetivo dos ensaios é mostrar que a esfera do visível – dimensão do conhecimento perceptivo – interage com a do invisível – domínio da razão e do pensamento –, não havendo uma cisão radical desses dois âmbitos, ainda que eles sejam claramente distintos.


Orelha: A distinção entre o visível e o inteligível é um tópos recorrente em diversos pensadores antigos. Os autores Miriam Campolina Diniz Peixoto, Marcelo Pimenta Marques e Fernando Rey Puente analisam mais detidamente como essa oposição se apresenta em diferentes obras específicas, a fim de mostrar que, embora distintos, os domínios cognitivos da percepção e do pensamento não podem ser tratados dicotomicamente. Os textos aqui reunidos visam, pois, mostrar a interação efetiva entre o conhecimento perceptivo e o intelectivo em alguns dos mais significativos pensadores da Antiguidade. A pluralidade de autores analisados e o diferente modo de estudá-los são o indício de uma atividade de pesquisa coletiva coesa, mas ciosa das diferentes abordagens metodológicas, bem como das diversas reconstruções individuais dos filósofos antigos por parte desses pesquisadores.


MIRIAM CAMPOLINA DINIZ PEIXOTO é doutora em Filosofia pela Université Marc Bloch e professora de Filosofia a da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Organizadora do livro A saúde dos antigos: reflexões gregas e romanas (2009).
MARCELO PIMENTA MARQUES é doutor em Filosofia pela Université Marc Bloch e professor de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Autor de O caminho poético de Parmênides (1990) e de Platão, pensador da diferença (2006).
FERNANDO REY PUENTE é doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas e professor de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Autor de Os sentidos do tempo em Aristóteles (2001) e Ensaios sobre o tempo na filosofia antiga (2010).

Site da Editora da UFMG.

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